Quem sou eu

Minha foto
Uma pessoa alegre e dedicada, com metas a serem cumpridas, Extrovertida

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"Dogville", de Lars Von Trier (2004)


Na época da Grande Depressão, uma bela mulher, Grace, interpretada por Nicole Kidman, fugindo de gângsteres, recebe a ajuda da população de uma pequena cidade nas Montanhas Rochosas nos EUA (Dogville). Aos poucos, ela torna-se cativa da miséria humana de Dogville, sendo explorada e abusada sexualmente pelos moradores em troca do silêncio da cidade diante da policia e dos gângsteres. A suposta generosidade e hospitalidade de Dogville se interverte em opressão e agudo estranhamento. Critica visceral da sociabilidade tacanha da América profunda (aquela que elegeu George Bush), onde pessoas frágeis estão imersas em medos, crueldades e perversões ocultas. A chegada de Grace, a estranha fugitiva, a tornará bode expiatório destas misérias provincianas. Talvez Dogville seja o inconsciente perverso da América paroquial. Diante da monstruosa humanidade desta pequena cidade, só restará a Grace eliminar Dogville para que o mundo se torne um pouco melhor (seria possível um paralelo entre Grace e Grete Samsa, personagem d conto A Metamorfose, de Franz Kafka, que diante da monstruosidade de Gregor, seu irmão, é obrigada a eliminá-lo?). O filme de Trier possui um final trágico e pessimista, painel da falsa moralidade dos tempos da globalização neoliberal. No estilo de "Os pecados de todos nós" (Reflections in a Golden Eye), de John Huston (1967), ou até mesmo “Caçada Humana” (The Chase), de Arthur Penn (1966), Dogville, de Lars von Trier, é um filme de crise da sociabilidade americana, exposto por Trier em "Dançando no Escuro" (Dancer in The Dark), de 2000. Em Dogville, o contéudo se imprime na forma estética. Trier reinventa o cinema, expressando a narrativa filmica através de uma forma hibrida (teatro filmado). Mas ao desconstruir a linguagem da indústria cultural de Hollywood, à titulo de fazer a critica visceral do americanismo, Lars von Trier tende a descontruir a própria linguagem do cinema. Na verdade, em Dogville, a forma estética é parte intrínseca do conteúdo de critica corrosiva à sociabilidade da América do espetáculo. A narrativa, dividida em atos, tal como no teatro, e com apoio de um narrador em off, é representada num palco, com a pequena cidade de Dogville sendo constituida por paredes imaginárias.
[topo](2004)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que você achou do meu blog?